A Relação Entre Crenças Centrais e Comportamentos Autossabotadores
Você já se perguntou por que, mesmo tendo capacidade, inteligência e boas oportunidades, acaba se sabotando no caminho para alcançar seus objetivos? Talvez você comece projetos com entusiasmo, mas desiste no meio. Ou vive adiando decisões importantes, criando desculpas, alimentando dúvidas e medos que o impedem de avançar.
Esse ciclo repetitivo de autossabotagem raramente é aleatório. Ele costuma estar profundamente ligado a algo mais sutil, silencioso — mas poderoso: as crenças centrais.
Neste artigo, vamos explorar o que são crenças centrais, como elas se formam e por que influenciam diretamente seus comportamentos sabotadores. Mais do que isso, vamos mostrar como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ajudar a identificar, questionar e transformar essas crenças, promovendo mudanças reais e duradouras.
O que são crenças centrais?
As crenças centrais são ideias enraizadas que desenvolvemos sobre nós mesmos, os outros e o mundo. Elas funcionam como lentes pelas quais interpretamos tudo o que vivemos. Muitas dessas crenças são formadas na infância, com base em experiências significativas, relacionamentos com figuras de autoridade e eventos marcantes — positivos ou negativos.
Exemplos de crenças centrais negativas:
- “Não sou bom o suficiente.”
- “Se eu errar, serei rejeitado.”
- “As pessoas vão me abandonar.”
- “Eu sou um fracasso.”
- “Nada do que eu faço dá certo.”
Essas crenças nem sempre são conscientes. Pelo contrário, muitas vezes agem no plano inconsciente, guiando decisões, sabotando esforços e sustentando padrões repetitivos.
Como as crenças centrais alimentam a autossabotagem?
Imagine alguém com a crença de que “não é digno de amor”. Mesmo sem perceber, essa pessoa pode:
- Escolher parceiros indisponíveis emocionalmente.
- Se afastar quando o relacionamento começa a se aprofundar.
- Criar conflitos sem motivo real.
- Dizer que quer um relacionamento estável, mas agir no sentido oposto.
Esses comportamentos são formas de autossabotagem, porque a pessoa cria — inconscientemente — situações que confirmam a sua crença original. É como se houvesse uma necessidade interna de validar aquilo que foi aprendido lá atrás, mesmo que cause sofrimento.
O mesmo acontece em outras áreas:
- No trabalho: procrastinação, medo de se expor, dificuldade em aceitar elogios ou promoções.
- Nos estudos: autocrítica excessiva, comparação constante, abandonar cursos ou formações.
- Na saúde: negligência com o autocuidado, dietas sabotadas, rotina abandonada.
Ou seja, as crenças centrais criam uma profecia autorrealizável: acreditamos que algo é verdade sobre nós, e, sem perceber, agimos de forma a confirmar essa “verdade”.
A origem da autossabotagem está na infância?
Na maioria das vezes, sim. A infância é um período em que estamos formando nossa identidade. Frases ditas por pais, professores ou colegas — como “você não faz nada direito”, “você é muito difícil de amar” ou “ninguém gosta de você desse jeito” — podem se enraizar de forma duradoura na mente da criança e se transformar em crenças centrais negativas na vida adulta.
Claro, não se trata de buscar culpados. Mas sim de compreender que nossos padrões atuais têm raízes antigas, e que podemos, sim, aprender a modificá-los.
Como identificar suas crenças centrais?
A identificação das crenças centrais pode ser desafiadora, já que muitas atuam de forma automática. No entanto, com a ajuda da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), esse processo se torna mais acessível e transformador.
Algumas perguntas que ajudam a revelar essas crenças:
- O que eu acredito profundamente sobre mim mesmo?
- Qual o meu maior medo em relação ao fracasso ou ao sucesso?
- Em quais situações eu costumo me sabotar?
- Que frases internas se repetem quando algo dá errado?
Muitas vezes, a dor emocional intensa diante de um erro ou crítica também aponta para uma crença central ferida. Por exemplo, sentir-se devastado após um feedback no trabalho pode indicar a crença de que você só tem valor se for perfeito.
Como a TCC pode ajudar a romper com esse ciclo?
A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem estruturada, prática e focada em resultados. Ela ajuda o paciente a identificar suas crenças centrais negativas, entender como elas influenciam seus comportamentos sabotadores e, principalmente, reconstruí-las de forma mais saudável e funcional.
As etapas do processo terapêutico geralmente incluem:
- Mapeamento das situações de autossabotagem
- Identificação dos pensamentos automáticos e das crenças subjacentes
- Questionamento das crenças disfuncionais com base em evidências reais
- Reestruturação cognitiva: criação de novas crenças mais equilibradas
- Testes comportamentais para validar, na prática, essas novas formas de pensar
Exemplo prático
Situação: Você recebe um convite para apresentar um projeto importante.
Pensamento automático: “Não vou conseguir. Vão descobrir que sou uma fraude.”
Crença central: “Eu não sou competente o suficiente.”
Comportamento sabotador: Você recusa o convite ou apresenta de forma insegura.
Na TCC: Essa crença é identificada, questionada e testada com base em evidências. O paciente pode perceber que já teve boas apresentações anteriores, que tem conhecimento suficiente e que o medo é baseado em uma percepção distorcida de si mesmo.
Aos poucos, ele passa a construir uma nova crença: “Posso não ser perfeito, mas sou capaz e posso evoluir.”
Romper com crenças antigas é possível — e transformador
Mudar crenças centrais não é fácil, mas é absolutamente possível. O primeiro passo é trazer à luz o que está inconsciente, entender como você se sabota, acolher suas dores e iniciar um novo caminho de autoconsciência e reconstrução emocional.
A TCC oferece ferramentas eficazes, validadas por estudos científicos, para desconstruir padrões antigos e cultivar uma nova relação consigo mesmo — mais compassiva, fortalecida e livre.
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